::IMPRENSA

O 11.º Walk & Talk quer pensar os “espaços que habitamos — físicos ou metafóricos”

No último fim-de-semana do festival, o projecto Centriphery, do qual faz parte o Walk&Talk e que reúne numa organização colaborativa nove organizações da chamada periferia europeia, “terá a sua etapa açoriana” com a apresentação do projecto A Walk on the Edge, desenvolvido pelos performers Gustavo Ciríaco e Tellervo Kalleinen, os arquitectos da Mezzo Atelier e o director de teatro, actor e músico romeno Ovidiu Mihaita.

Jornal O PÚBLICO. Lisboa, Julho, 2022

Debaixo do céu de Gustavo Ciríaco, nos Dias da Dança

Gustavo Ciríaco é um recoletor. O artista brasileiro baseia-se no trabalho de outros e em coletivo recria novas possibilidades. “Paisagem em linha” é uma obra sua com a coreógrafa brasileira Luciana Lara que toma este domingo de assalto o átrio do Museu de Serralves.

Diário de Notícias. Porto, Abril, 2022.

Azzorre: arcipelago degli ecosistemi, e della reinvenzione dell’arte

A excursão idealizada pelo artista e coreógrafo Gustavo Ciríaco nos levou a um território modificado por suas histórias e visões, uma obra de land art de grande apelo poético e paisagístico.

Exibart. Lorenza Pignatti, Milão, Julho 2021

Walk&Talk 10, São Miguel

A obra “LAWAL / Cobertos de Céu”, de Gustavo Círiaco, que ele descreve como “passeio-instalação”, aconteceu na propriedade do Pico de Refúgio, sítio que data do século XVII e já serviu de fortaleza militar, plantação de laranjeiras , fábrica de chá e residência artística Concebida em colaboração com o arquitecto Gonçalo Lopes e a coreógrafa Javiera Peon-Veiga, a obra consistiu num percurso por caminhos especialmente cortados nas colinas ondulantes do terreno e pontuados por painéis com texto e esculturas site-specific; uma experiência que lembra os caminhos de land art e a poética de Richard Long e Robert Smithson, ao mesmo tempo em que reconsiderava o que “coreografia” poderia significar em uma experiência relacional com o mundo natural. 

WhiteHot Magazine. Nova Iorque, Julho 2021.

Welcome to the Centre of the World: Around the Azores’ Walk & Talk Festival

A encantadora performance Cut by all sides, open by all corners (2018) do artista Gustavo Ciríaco no Teatro Micaelense em Ponta Delgada, convida os espectadores não só a participar – o meu grupo soprou balões e os soltou como ‘pássaros’ acima dos outros grupos que se apresentavam como vulcão e oceano – mas também para passear pelos bastidores do teatro, escritório e camarins. Ciríaco descreve sua peça como ‘rapsódica’, e é. Como bons massagistas, os performers cuidam suavemente das transições entre os atos, chamando o público e orientando-o a seguir os movimentos de suas mãos nas paredes. O trabalho inclui dança, música e canto, e tableaux vivants poéticos visíveis da escada ou do telhado.

Cristina Sanchez-Kozyreva, Frieze Magazine.  Nova Iorque, Agosto, 2018.

Cortar, abrir, explorar: viagem ao centro do teatro pela mão de Gustavo Ciríaco

Aqui, o palco é o Teatro Nacional D. Maria II, são os corredores, os camarins, os escritórios e as salas de ensaio. O palco é onde os atores quiserem desde que os sigamos ininterruptamente, sem lugar marcado, nesta odisseia que é descobrir o teatro por dentro, até às costuras, “como se de uma escultura se tratasse.

Revista Visão. Lisboa, Maio, 2018.

Alkantara por itinerância por todos os cantos do Teatro Nacional

Gustavo Ciríaco propõe uma viagem pelo Teatro D. Maria II, olhando o edifício como se fosse uma escultura.

Diário de Notícias. Lisboa, Maio 2018.

O teatro como escultura 

Inesperado, sempre, por vezes contemplativo, outras claustrofóbico, outras interventivo, com o espaço, com o público, numa série de episódios, momentos, a percorrer corredores, salas, espaços abertos ou fechados. Lugar para dançar, ver dançar, cantar, ouvir Carla Gomes ou ter mesmo que cantar – como num aniversário. Se em início ou em fim de festa, dependerá da perspetiva. Cumprida será a promessa inicial de que haverá teatro, haverá atores e que, dobrada a esquina, à espera haverá uma nova cena. É ouvir Carla Gomes, logo no início, cantar “soon it will be over, let’s gonna make it worth”.  E ir. 

Jornal i, Lisboa, Maio 2018.

Se a minha memória fosse um teatro prometias percorrê-la? 

Em fila, transformados em vultos, passando os corredores deste teatro. Cada movimento poderia ser fixado, como uma fotografia. Porque as imagens, de tão simples, se tornam fortes.

“Cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos” tem uma força única. Capaz de fazer uma multidão de quase 90 pessoas baixar-se naturalmente para, em silêncio, ouvir um piano tocar. Ou, na sala que guarda os figurinos daquele teatro, ver os actores dançar e logo depois solidificar, transformar-se em esculturas vivas. 

É uma festa tão bonita, daquelas que nos fazem não querer desistir. Porque nos sentimos parte, por muito que estejamos de passagem.

Jornal de Negócios. Lisboa, Maio 2018.

Há surpresa e mistério em todos os cantos do Teatro Nacional Dona Maria II 

“Cortado por Todos os Lados, Aberto por Todos os Cantos” propõe uma viagem de descoberta pelos bastidores da sala lisboeta. 

O Observador. Lisboa, Maio 2018.

O festival Walk & Talk vai continuar a esticar os limites dos Açores

Ípsilon – Público, Maio 2018.

O espectador é então convidado a deslocar-se pela estrutura e a observa-la sob diferentes ângulos e perspectivas. Os atores quebram a divisão entre o que é estar “em cena” e “fora de cena” através de coreografias que culminam em imagens fortes (principalmente as que tomam lugar na sala de cenografia) e que despoletam a memória particular e coletiva do público. A interação com os visitantes, seja esta direta com a ação representada ou indirecta _através da posição corporal individual de cada espectador quanto ao objeto artístico_ é então incentivada e necessária para desfrutar da peça. Somos envolvidos na criação sob a forma de diversas ações performatizadas. Apesar de por vezes poderem parecer fragmentadas, o objectivo não é, no entanto, o alcance da unidade da narrativa, mas antes a unidade do espaço. A teatralidade vai para lá das bambolinas ou das cortinas de boca de cena e a escultura, ou arquitetura, e a sua funcionalidade são ampliadas e trazidas para o campo da performance num jogo de transposição do tempo para algo fixo: o espaço. O momento e a vivência são repensados em “Cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos” e a relação interpessoal e o mundo quotidiano trazidos para um teatro que se concentra nas pessoas e na partilha da ação e do lugar.
Magazine HD, Maio 2018.

O Teatro Nacional Dona Maria  cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos

Gustavo Ciríaco permite-nos descobrir o Teatro Nacional D. Maria II cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos, levando-nos a explorar os seus caminhos ocultos e a desmistificar as fronteiras normalmente rígidas entre arquitetura, teatro e cidade.

Umbigo Magazine, Maio 2018.

Cortado por todos os lados, aberto por todos os cantos de Gustavo Ciríaco 

Com o Gustavo somos convidados a quebrar padrões: Entramos para a bilheteira, criamos uma clareira humana e ficamos a aguardar… Estamos tão habituados a ser “carneiros” na multidão que qualquer coisa que saia fora do costume se torna estranha, inesperada. Saímos do teatro, o teatro abre-se ao povo – turistas curiosos param para ver o que se passa. Seguimos os artistas e começa a imersão no espaço mágico.

 Contracenas, Maio 2018.

Gentileza de um gigante & Viagem a uma planície enrugada

Ciríaco continua a desenhar o entorno, a pensar o indivíduo, o viver, o convívio, o outro, só que agora expande essa percepção ao todo, ao mundo, às histórias, às urgências. É outro artista, ainda sendo ele mesmo. Ou talvez seja essa apenas uma segunda parcela sua. Seu continuar. Ser próprio e novo ao continuar. O que não há dúvida é de ser esse díptico um dos espetáculos mais interessantes nessa Bienal, pelo como o artista se reinventa e pelos dilemas que aponta ao humano sem precisar fazer disso discursos oportunos menores. Sua poesia vence a necessidade de discursos. Faz-se arte.

Rui Filho, Revista Antropositivo. São Paulo, 2017.

Gentileza de um gigante

Uma peça esmagadora de beleza e desolação. A ‘Gentileza’ e o ‘Gigante’ são ironias plenas de ambiguidades. Aqui joga com o frágil, mas também o forte, o impacto que cada pessoa tem sobre a natureza, o horror e o sublime..

Cláudia Galhós, O Expresso. Lisboa. Março 2016.

Gentileza de um gigante – A natureza como ela não é – Ou aquilo que chamamos de natureza, na verdade cada vez mais ficção.
Jornal i, Lisboa. Março 2016.

Danseurs hors cadre – Aqui enquanto caminhamos no Festival Crossing the Line, em Nova Iorque

Que borda esta fita branca, que tanto separa quanto une, desenha? Fora, dentro, show gratuito para todos. No dia anterior, o grupo de participantes foi atacado por um “ferrem-se os brancos!”. Por mais impressionante que esse passeio seja silencioso e tranquilo por esse bairro em processo de gentrificação, é como andarmos na corda bamba.

LE MONDE, Paris, Setembro 2015.

Crossing the Line Festival announces its line up 2015,  Aqui enquanto caminhamos no Festival Crossing the Line.

New York Times, Nova Iorque, Junho 2015.

Com calma nova perspectiva, experimentamos os espaços tortuosos e solitários na fronteira de uma cidade e também o pequeno teatro de realidade imaginado ou acontecendo espontaneamente.

Hung-Hung, Taipei.

Still propõe um jogo curioso jogo com o tempo real, Helena Katz, Estadão, São Paulo.

Operando num registo semelhante, entre instalação lunar e conferência imaginária, o brasileiro Gustavo Ciríaco explora, ao longo de Still, a distância que separa a presença da ausência – mas também o presente do passado – e compõe, a partir dos seus três parceiros, uma sucessão de cenas vivas. Recheada de ideias e descobertas, esta peça sutilmente peculiar – cuja engenhosidade maliciosa é bastante semelhante àquela que Grand Magasin consegue instaurar – consegue ser tanto conceitual quanto espiritual, flertando com a abstração sem perder nada na encarnação.

Jerôme Provençal, Les inrockuptibles, Paris.

::PUBLICAÇÕES

The Politics of Speculative Imagination in Contemporary Choreography, de André Lepecki. Editado por Rebekah J. Kowal, Gerald Siegmund, e Randy Martin. London. Março 2017.

Iconofly

Paris| Nova Iorque. Setembro 2015.

Dancing bodies in (Brazilian) public space, Archipelago | The Podcast Platform of the Funambulist, de Léopold Lambert, Setembro 2014.

Dance and the Museum: Gustavo Ciríaco responds to Critical Correspondence, Movement Research. Nova Iorque, 2014.

Teatro de no-ficción. Métodos creativos para el estudio de lo social, de Victoria Pérez Royo. Paulo Raposo, Vania Z. Cardoso, John Dawsey, Teresa Fradique (coords.) Terra do não lugar: diálogos entre antropologia e performance, Florianópolis: Editora da UFSC, 2014, pp. 271-282.

Walking and mapping – artists as cartographers, Karen O’Rourke, MIT Press, Londres. 2013.

MOVE: coreographing you. Art and Dance since the 1960’s, Hayward Gallery, Corner House, Londres. Agosto 2011.

Doblarse a si mismo, Isabel de Naverán, Revista Cairón, Madri. Sobre a peça STILL – sob o Estado das Coisas.

Walking through invisible architectures, Victoria Pérez Royo, Europa-Universitat Viadrina, Frankfurt (Oder) e Revista Cairón, Madri.

La danse du spectateur, Katja Montagnac, Jeu: Revue de Théatre, Montreal.
::ENTREVISTAS
TV e vídeo
Migraciones Escénicas, Reina Sofia. Madri, 2010-11.
Studio Móvel – TVE, Fevereiro 2015.

Jornal

Blogs
Radio e podcast
Discoreografia, entrevista no programa de Rádio, Itaú Cultural, Campinas, Setembro 2015.
Dancing bodies in (Brazilian) public space, Archipelago | the Podcast Platform of the Funambulist. Léopold Lambert, Setembro 2014.

Foto: Priscila Maia